25 de Dezembro de 2011



É Natal. O Natal é feliz! Hoje, apetece-me lembrar do quanto me besuntava de terra. Era tanto, que tingia a água naquela bacia que me parecia gigante. Existia ali uma fonte de alegria enorme. A água do rio. O fumo a sair da chaminé. As ovelhas. Os gatos. Aquele altar móvel que se passa de casa em casa. As flores do altar da capela. Os bancos corridos da capela. O café. O tasco. O cimo da aldeia. O cemitério. A fonte. Tudo isso tem um cheiro... tudo tem um odor! Lembro-me do cheiro daquelas flores amarelas quando as apertava, lembro-me do cheiro dos pequenos troços a arder no inicio de uma enorme fogueira, lembro-me do cheiro daquele ar, lembro-me do cheiro da pele queimada dela...  Avó. Era um tempo de inocência total. Quando não há vergonhas, nem nada a temer... Quando o mundo era meu... Quando não havia problema em manchar todos os vestidos na terra, com o sumo dos cachos, com as amoras... E aquela varanda para o mundo. O conforto daquele local é eterno. Há coisas que não se perdem. Sinto-me.. assim.

2 comentários:

  1. Obrigada querida e estes tempos... tão bons! Às vezes por mim a reflectir sobre aquilo que costumávamos fazer, hmm... como era bom!
    beijinhos

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